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Democracia ocidental entrou em colapso no capitalismo neoliberal, por César Fonseca

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César Fonseca, Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

No Brasil, a farsa parlamentarista democrática vigora desde o golpe neoliberal de 2016

15 de fevereiro de 2024, 11:46 h

Prédio do Congresso Nacional, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

✅ Vladimir Putin, presidente da Rússia, diante das reações negativas e intolerantes do governo Joe Biden, predisposto a enquadrar o jornalista conservador Tucker Carlson que o entrevistou, disse o óbvio: os Estados Unidos vive ditadura democrática que não suporta liberdade de imprensa; sobretudo não aceita discussão sobre sua posição de gendarme do mundo, para impor a unipolaridade ditatorial, garantida pelas bases militares espalhadas nos cinco continentes; só os ativistas midiáticos porta-vozes de Washington, como é o caso da mídia conservadora tupiniquim, são capazes de não ter vergonha para afirmar que o bipartidarismo de guerra americano representa poder democrático; as ameaças feitas por esse poder em forma de mudança de regime onde acha que deve ser alterada a ordem que o contraria são provas concretas da farsa antidemocrática que o ocidente engole por conveniência.

Não precisa ir muito longe: a mídia americana não houve os dois lados, como se espera de uma democracia, na questão palestina; os palestinos estão sendo massacrados e o New York Time e cia ltda focam no “terrorismo” do Hamas, para contemporizar com a sanha assassina de Benjamin Netanyahu; o poder midiático ouviu Putin e se calou, em vez de colocar em discussão o que ele colocou em pauta.

Mas, não são só os Estados Unidos que demonstram a enganação geral da falta de vigor democrático no mundo ocidental; a França de Emmanuel Macron, neoliberal, representante do mercado financeiro, empurrou goela abaixo dos franceses reforma previdenciária por decreto, sem aprovação do Congresso da França; na terra da revolução burguesa, que derrubou o feudalismo e a supremacia do catolicismo como ideologia política, que engendrou o socialismo como nova revolução, por meio da Comuna de Paris, em 1871, a ditadura parlamentarista, porta-voz da tirania financeira especulativa, domina, atualmente, o poder.

Simplesmente, a democracia parlamentarista virou palhaçada constitucional; a social-democracia foi para o espaço na velha Europa, onde domina a polarização entre esquerda desdentada e ultra direita fascista armada para calar parlamentos, seguindo exemplo da França, onde democracia virou quadro na parede; já o bipartidarismo americano não suporta liberdade de imprensa, como denuncia Putin, que sabe do que está falando, porque, também, comanda poder autoritário reagente à oposição na Rússia.

Escola parlamentarista tupiniquim – Mutatis mutandis, no Brasil, a farsa parlamentarista democrática vigora desde o golpe neoliberal de 2016, e, em 2023, depois da volta de Lula, sem maioria no Congresso, ela está no poder dando as cartas; o parlamentarismo neoliberal tupiniquim impõe sua ordem inconstitucional sobre o presidencialismo de coalizão, sem ser molestado pelo Supremo Tribunal Federal.

Em 2024, a farsa prossegue, porque a maioria parlamentarista, sob gestão do bolsonarista deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, gostou de exercitar o poder de aprovar suas próprias emendas, voltadas para atender interesses paroquiais no capitalismo tupiniquim dominado pela financeirização econômica neoliberal; esta, que virou poder dos poderes, não deixa o velho capitalismo produtivo progredir, para não dar espaço ao PAC lulista.

No máximo, o comando da financeirização/tiranização econômica, no Brasil, estabelecido na Faria Lima, que domina o Banco Central Independente(BCI), faz concessões tópicas; essencialmente, rende vassalagem ao Banco Central dos Bancos Centrais(BIS), com sede na Basiléia, sob ordens do BC americano, que impõe unilateralmente, a pauta econômica ancorada em restrições fiscais e monetárias.

A ordem financista do BCI vem, não do governo Lula, mas da Basileia, do BC americano, para sustentar o padrão de acumulação financeira que não convive mais com o capitalismo da produção e do consumo, vigente, apenas, precariamente na velha Europa, na América Latina e nos Estados Unidos.

Golpe financeiro contra a democracia – A reunião de 5 de julho de 2022, organizada pelo ex-presidente Bolsonaro, para dar golpe na democracia, visou impedir governabilidade democrática, sob a ordem da financeirização econômica ultraneoliberal bolsonarista, avalizada por generais, sabotadores das instituições republicanas; portanto, todo cuidado é pouco, e não se pode descartar possibilidades de golpes e escaramuças; por isso, tem que se duvidar, inclusive, de fugas de bandidos de prisões federais de segurança máxima; não estão por trás deles, sabotadores, para abalar os alicerces democráticos etc.?

Aparentemente, o poder civil, sob Lula, saiu vencedor, como representação da resistência democrática, que acabou isolando a ultradireita bolsonarista da direita liberal, que havia se unido em 2018 para eleger o deputado capitão fascista Jair Bolsonaro; em 2022, ambas tentaram se unir, mas foram derrotadas pela vitória apertada do lulismo, e, agora, se encontram divididas, o que demonstra a desarticulação política neoliberal que abre a Lula possibilidades de atrair dissidentes.

A pergunta que fica no ar é: tal possível dissidência, se, por acaso, engordar Lula, para formação de aliança de centro-esquerda governista com direita neoliberal dissidente do fascismo ultra neoliberal, contribuirá decisivamente para afastar o parlamentarismo golpista vigente, que se prolonga em 2024?

Ou essa possibilidade de falsa democracia apenas consolida o parlamentarismo neoliberal que emergiu como golpe da direita e ultradireita que dominam maioria no Congresso, para atender os interesses do financismo da Faria Lima?

Na próxima semana, quando o Congresso voltar à normalidade, com pautas que prometem reforçar e não esmorecer o poder parlamentarista frente ao presidencialismo financeiramente falido, o país saberá se continuará, mesmo ou não, em 2024, prisioneiro do monetarismo fiscal sustentado pelo BC Independente a serviço da bancocracia.

publicado em Brasil 247

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