O chefe interino do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse em uma entrevista à TV Al-Aqsa divulgada nesta quarta-feira (20) que não há possibilidade de acordo de troca de reféns por prisioneiros com Israel a menos que a guerra no enclave palestino termine.
“Sem um fim da guerra, não pode haver troca de prisioneiros”, disse Hayya em entrevista ao canal de televisão Al-Aqsa, reiterando a posição do grupo sobre como encerrar a guerra.
“Se a agressão não for encerrada, por que a resistência e, em particular, o Hamas, devolveria os prisioneiros (reféns)?”, questionou.
“Como uma pessoa sã ou insana perderia um trunfo que possui enquanto a guerra continua?”
Hayya, que liderou a equipe de negociação do grupo em conversas com mediadores do Catar e do Egito, colocou a culpa pela falta de progresso no primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, por sua vez, responsabiliza o grupo islâmico pelas negociações paralisadas.
“Há contatos em andamento com alguns países e mediadores para reviver esta (negociação). Estamos prontos para continuar com esses esforços, mas é mais importante ver uma vontade real do lado da ocupação para encerrar a agressão. A realidade prova que Netanyahu é quem a sabota (as negociações)”, disse Hayya.
O Hamas quer um acordo que encerre a guerra para oferecer a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em cativeiro em Gaza, assim como palestinos presos por Israel, enquanto Netanyahu garante que a guerra só pode terminar quando o Hamas for erradicado.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e portanto, inimigos de Israel.
Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br